quinta-feira, junho 26, 2003

Moro numa rua em que as árvores, com a ajuda da prefeitura e suas motosserras, estão perdendo para os postes e os fios a briga pelo espaço aéreo. Não culpo a prefeitura atual, pois ela está apenas tentando administrar os prejuízos decorrentes de uma decisão desmiolada e improvidente de alguma câmara municipal ou estadual várias décadas atrás, que deixou-se influenciar pelo lobby dos postes e preferiu a transmissão elétrica aérea em lugar da subterrânea, ou de outras alternativas. Algumas pessoas que com certeza já faleceram tiveram seus momentinhos de glória na câmara e como conseqüência vivemos numa cidade quase sem árvores.

Agora querem cortar ainda mais árvores no Ibirapuera; e como se isso não bastasse, também querem prencher o vazio deixado, não com postes, mas com mais uma monstruosidade niemeyresca, quase como um réquiem ao arquiteto. Já estava na hora de colocar o Sr Oscar Niemeyer no seu devido lugar: é um escultor interessante, mas é daqueles arquitetos que nunca deveriam ter tido liberdade para concretizar seus garranchos. Perguntem a qualquer pessoa que reside, trabalha ou estuda nas catacumbas por ele perpetradas e obterão uma resposta muito diferente da opinião dos que defendem a aparência externa de seus devaneios.

Para evitar que as gerações futuras venham a praguejar contra o Ibirapuera, é preciso evitar que Niemeyer obtenha mais esse momentinho de glória.

Se instado, eu teria várias outras coisas a dizer sobre o Oscarito.

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